A maioria de nós encontra-se aprisionado no passado, não tendo capacidade para usufruir verdadeiramente o momento presente. Isso acontece sempre que insistimos em reviver, mentalmente, momentos do passado. Agarramo-nos por exemplo a momentos de felicidade e fazemos dessas recordações a nossa principal prioridade, não querendo enfrentar o que entretanto mudou ou é necessário mudar para que continue a haver progresso nas nossas vidas. Ou então, revivemos cenas de sofrimento e perda, multiplicando a dor através da sua infindável recriação. Em vez de sofrermos uma vez, estaremos a sofrer perpetuamente.
Outra variante será o vivermos permanentemente focalizados no futuro. Idealizamos o que viveremos quando encontrarmos o homem ou a mulher dos nossos sonhos, quando nos casarmos, quando tivermos filhos, ou mesmo quando entrarmos na reforma. Sonhamos com o feliz que seremos quando tivermos dinheiro para dar a volta ao mundo, para comprar aquela casa espetacular ou aquele automóvel de capa de revista. Muitas vezes esses momentos não acontecerão nunca ou, se acontecerem, não provocarão o impacto que nós imaginávamos.
O problema ao manter o foco no passado ou no futuro é que nos arriscamos a nunca viver na realidade. Estaremos sempre a viver de ilusões, uma vez que o único momento que temos para viver verdadeiramente é o Agora. Somente o presente existe. Não estou a viver quando revivo cenas do passado nem estou a viver quando idealizo momentos do futuro.
Assim, o mais sensato será fazermos um esforço para limpar a mente e aprender a extrair de cada pequeno acontecimento o seu significado mais profundo. Que coisas há no seu dia a dia que valham a pena?
A felicidade constrói-se quando tomamos consciência e nos focalizamos em cada acontecimento para nós significativo. Quando aproveitamos cada fração de tempo que nos toca a alma e enche o coração.
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